Semana começando com fôlego total! O texto da postagem de hoje foi enviado pela Cris ♥. Achei muito bacana e nos faz pensar em muitas coisas, refletir e rever atitudes, e quem sabe não gera algumas mudanças boas?
Fica aí dica!
Estamos
obcecados com “o melhor”.
Não sei
quando foi que começou esta mania, mas hoje só queremos saber do “melhor”.
Tem que ser
o melhor computador, o melhor carro, o melhor emprego, a melhor dieta, o melhor
celular, o melhor tênis, o melhor vinho. Bom não basta.
O ideal é
ter o top de linha, aquele que deixa os outros pra trás e que nos distingue,
nos faz sentir importantes, porque, afinal, estamos com “o melhor”.
Isso até que
o outro melhor apareça, e é uma questão de dias ou de horas até isso acontecer.
Novas marcas
surgem a todo instante.
Novas
Possibilidades também. E o que era melhor, de repente, nos parece superado,
modesto, além do que podemos ser.
O que
acontece, quando só queremos o melhor,é que passamos a viver inquietos, numa
espécie de insatisfação permanente, num eterno desassossego.
Não
desfrutamos do que temos ou conquistamos, porque estamos de olho no que falta
conquistar ou ter.
Cada
comercial na TV nos convence de que merecemos ter mais do que temos.
Cada artigo
que lemos nos faz imaginar que os outros (ah, os outros...) estão vivendo
melhor, comprando melhor, amando melhor, ganhando melhores salários.
Aí a gente
não relaxa, porque tem que correr atrás, de preferência com o melhor tênis.
Não que a
gente deva se acomodar ou se contentar sempre com menos. Mas o menos, às vezes,
é mais do que suficiente.
Se não
dirijo a 140, preciso realmente de um carro com tanta potência?
Se gosto do
que faço no meu trabalho, tenho que subir na empresa e assumir o cargo de chefia que vai me matar de
estresse porque é o melhor cargo da empresa?
E aquela TV
de não sei quantas polegadas que acabou com o espaço do meu quarto?
O
restaurante onde sinto saudades da comida de casa e vou porque tem o “melhor
chef”?
Aquele xampu
que usei durante anos tem que ser aposentado porque agora existe um melhor e
dez vezes mais caro?
O
cabeleireiro do meu bairro tem mesmo que ser trocado pelo “melhor
cabeleireiro”?
Tenho
pensado no quanto essa busca permanente do melhor tem nos deixado ansiosos e
nos impedido de desfrutar “o bom” que já temos.
A casa que é
pequena, mas nos acolhe.
O emprego
que não paga tão bem, mas nos enche de alegria.
A TV que
está velha, mas nunca deu defeito.
O (a)
companheiro (a) que tem defeitos (como nós), mas nos faz mais felizes do que os
“perfeitos”.
As férias
que não vão ser na Europa, porque o dinheiro não deu, mas vai me dar a chance
de estar perto de quem amo.
O rosto que
já não é jovem, mas carrega as marcas das histórias que me constituem.
O corpo que
já não é mais jovem, mas está vivo e sente prazer.
Será que a
gente precisa mesmo de mais do que isso?
Ou será que
isso já é o melhor e na busca do “melhor” a gente nem percebeu?
Sofremos
demais pelo pouco que nos falta e alegramo-nos pouco pelo muito que temos. (Shakespeare)
(Texto de
Leila Ferreira)
Boa Segunda! ;*
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