30 de janeiro de 2013

Em Julho daquele ano.

    
 Era mais um dia de inverno rigoroso em julho, o despertador não pensou duas vezes antes de me acordar as seis da manhã. No primeiro piscar de olho, ainda sem sair da cama, olhei pela janela e uma chuva fina me desejava bom dia. Quis voltar a dormir, encarei o relógio, e já haviam se passado sete minutos. Levantei, tentando não acordar minha gatinha de estimação que dormia no pé da cama. Tentativa frustrada, obviamente.
     Fui até a cozinha, fiz uma xícara de café quente, daquelas que esquentam o coração e nos deixam com as bochechas rosadas. Olhei para o centro da cozinha e quando vi as duas cadeiras, posicionadas formalmente ao redor da pequena mesa, milhares de pensamentos apareceram sem avisar. Eu estava sozinha naquele apartamento que outrora foi perfeito para duas pessoas. Não há café ou cobertor que esquente um coração da mesma forma que aquele sorriso fazia, e que hoje eu mal lembrava.
     Sobre aquele papo que tudo passa, ainda estou esperando acontecer. Ainda estou esperando você passar novamente aqui nesta rua, bater na minha porta, e pedir uma xícara de café às seis da manhã. Ainda espero ver você ocupando a cadeira do outro lado da mesa, falando de como eu acordo linda, mesmo toda enrolada no cobertor. 
     Era um típico de dia de inverno, e já eram sete da manhã. Deixei meus pensamentos pra lá e voltei pro quarto, sem olhar pro lado esquerdo da cama, que eu não havia mexido até então. Agora, tudo é silêncio, a cidade ainda não acordou, e desde aquela noite, eu ainda não dormi.

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