23 de outubro de 2012

Mais rápido que...


      Ontem e hoje fui abordada com notícias tristes. Pessoas que deram seu último suspiro nesses dias chuvosos, aceito como um descanso ou uma triste despedida. Não eram pessoas próximas, não os conhecia, mas como ser humano, isso me tocou.
      Foi aí que eu parei pra pensar como tudo passa tão rápido e quão insignificante a gente é, nessa loucura de vida em que viemos parar. Não posso te dizer como chegamos até aqui, ou onde vamos, até quando vamos, ou quem estará conosco. Mas é rápido.
     Se a morte é a única certeza que temos, não deveríamos nós, aprender a aceitá-la de forma amigável, serena e calma? Deveríamos. Mas não o fazemos.
     Pare e pense: Quão desesperador é pensar em um mundo sem nossos pais, irmãos, amigos, cachorros? E o quão desesperador pra eles é pensar isso de nós?
     Posso estar parecendo meio louca falando essas coisas, mas como já sou taxada de louca a muito tempo, vou prosseguir com minha filosofia.
     Nós somos um bando de idiotas. Somos sim. Sabe por quê? Porque achamos que nada disso nunca irá acontecer com a gente, ou com alguém próximo. Quem nos garante que não? Mais cedo ou mais tarde, todos tomam o mesmo caminho de volta pra casa. Ouvi dizer que 'estamos aqui de passagem, e não a passeio'. Achei engraçado, e um pouco cruel de se pensar.
     Continuando os motivos se sermos idiotas, a gente briga com quem a gente ama. A gente xinga, briga, para de falar com pai, mãe, avós, cachorro, papagaio, amigos...E sabe quando a gente se dá conta de quão idiota isso é? Quando não podemos mais reverter essa situação.
     Olhe ao seu redor. Lembra dos seus amigos de escola? Daquele que sentava lá no fundo, ou dos CDF's da primeira carteira? Lembra o quão chato era olhar pra cara deles todos os dias? Aposto que agora, você daria tudo pra voltar pra um daqueles dias, onde tudo era tão tranquilo e tão bom, que hoje você tem saudades.
     E aí, num piscar de olhos, tudo muda. Hoje você trabalha, estuda, tem outros colegas, alguns poucos amigos, mal vê seus pais, sua família reunida então nem se fala, só Natal e Páscoa. Não tem tempo pra cuidar dos animais de estimação, os vizinhos nem conhece mais, e não anda mais na rua em que cresceu.
     Para e pensa: Não parece que foi ontem que fazíamos tudo isso? E agora, onde estamos? Quanta diferença, não? Obvio que cada fase que passamos tem seus prós e contras, mas o meu foco meu amigo, é a rapidez com que isso acontece. Quando você menos espera, BOOM! Passou. Já foi. Não volta mais.
     E a vida, que cada um de nós temos, que sempre achamos medíocre e sem graça, e sempre procuramos algo mais, é tão frágil, tão passageira, tão pequena, que talvez o hoje seja nossa última esperança.
    Deveríamos deixar de ser tão idiotas, e aproveitar mais, cada dia, cada pessoa, cada coisinha insignificante. Por que daqui a pouco, aqui estaremos nós, lembrando do detalhe que deixamos passar e nos arrependendo de coisas que não são mais possíveis de consertar. E digo isso, meu amigo, por experiência própria. Quando a gente perde alguém, que sempre esteve presente, e de tão presente você nem nota quando se afasta, a gente aprende da pior maneira a conviver com a saudade.

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